Como fazer escapamento esportivo para moto?
O sistema de exaustão de uma motocicleta direciona os gases produzidos na queima do combustível do motor. O escapamento funciona para abafar parte do barulho das explosões e, em sistemas mais modernos, transformar gases nocivos da queima dos combustíveis em gases menos nocivos à atmosfera.
Antes de aprender como fazer um escapamento esportivo para sua motocicleta, você precisa entender as partes que integram o sistema de escapamento e que podem precisar de mudanças ou serem feitas do zero.
Cabeçote
Parte acima do cilindro do motor. Tem as passagens de ar para alimentar o cilindro e para o escape dos gases após a combustão de combustível. É responsável por selar o sistema para que este não perca potência.
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Coletor de escapamento
O coletor recolhe os gases de um ou mais cilindros, direcionando-os para o cano de descarga do veículo.
Turbinas do sistema turbo
Motocicletas com sistema turbocompressor podem ter uma turbina no sistema de escapamento, aumentando a eficiência do motor da motocicleta. Escapamentos personalizados em motos com turbo devem ser adaptados para comportarem as turbinas.
Conversor catalítico ou catalisador
O catalisador é um integrante do sistema que usa processos físicos mecânicos e químicos para converter os gases queimados durante a combustão em substâncias menos tóxicas e poluentes.
Silencioso
Reduz o ruído produzido pelo motor. Importante lembrar aos entusiastas de motocicletas esportivas de que há
Escapamento esportivo de moto é permitido?
Sim. Só repetimos, tome cuidado na hora de fazer o escapamento ou comprá-lo, e respeite os decibéis estabelecidos pela lei.
Como fazer escapamento esportivo para moto?
Você tem a opção de comprar o kit pronto, fazer seu próprio kit, fazer parte do kit e comprar parte das peças, ou adaptar peças de escapamento. Alguns projetos originais de motocicletas não incluem catalisadores, e você pode incluir no seu escapamento. Contudo, tome o cuidado com a taxa de saída de ar da motocicleta, para não dar problemas e acabar prejudicando a potência do veículo, e o passo a passo é como se segue:
Medições para fazer o escapamento esportivo da moto
Pontos de encaixe no coletor, diâmetro de parafusos, parafusos, espaço para curvas do escapamento, distância do escapamento ao chão e ao motor, folgas, pontos de encaixe do escapamento na motocicleta. Recomenda-se usar o escapamento original da motocicleta como ponto de referência.
Cálculos para um escapamento esportivo que não tira potência da moto
Você tem que calcular os diâmetros dos tubos do escapamento saindo do cabeçote, passando pelo silencioso e pelo catalisador e chegando até a ponteira sem ter o fluxo prejudicado, ou esse ar pode voltar ao motor e danificá-lo. Esses cálculos também importam para não exagerar no tamanho do escapamento, e nem fazer de menos.
Geralmente, seguir os diâmetros originais de fábrica já te dão os cálculos necessários.
Uma boa forma de estimar:
- Rotação do motor (RPM) e multiplique pela cilindrada (cc) do motor = volume de entrada de ar
- Use esse mesmo volume para o escape, mas considere a expansão térmica (você precisará medir as temperaturas no sistema de exaustão para saber isso). Uma calculadora de engenharia online, com fórmula de expansão volumétrica de gases baseada em temperatura, pode te ajudar.
- Um tubo de exaustão reto é capaz de fluir 3,26 metros cúbicos por minuto de ar (ou 115 pés cúbicos por minuto) por cada polegada quadrada de tubo (ou por cada 6,45 cm²)
Com essas regras, um tubo (aço de 1,65 mm) de diâmetro 1 1/2 polegadas (3,81 cm) consegue fluir até 4,84 metros cúbicos de ar por minuto (ou 171 pés cúbicos por minuto). Esse tubo suporta uma potência até 155 cavalos. Em sistemas de duplo escape, cada escapamento suportará até 78 cavalos.
Em um outro extremo de potência, temos um tubo de diâmetro 3 1/2 polegadas (8,89 cm), que consegue fluir até 29,14 metros cúbicos de ar por minuto (ou 1029 pés cúbicos por minuto), e suporta uma potência de até 935 cavalos para uma ponteira, e 468 para cada ponteira em um sistema de escape duplo.
Qualquer tubo no meio do caminho que você queira colocar na moto, basta fazer uma regra de três.
Exemplo:
Minha moto tem 100 cavalos de potência. Eu sei que o tubo de 1 1/2 (3,81) polegadas está para o sistema de 155 cavalos. Então, preciso saber o diâmetro do tubo para minha moto de 100 cavalos. O cálculo ficará:
3,81 – 155
x – 100
3,81 * 100 = 155x
381 = 155x
x = 381/155
x = 2,46
O diâmetro aproximado do tubo para minha moto terá de ser de 2,46 cm. Lembrando: isso é uma estimativa. Um engenheiro ou mecânico pode (e deve) ser consultado para ajudar a calcular o diâmetro certo do escapamento.
Projeto para o escapamento esportivo da moto
Pesquise por projetos de escapamentos esportivos prontos, e pessoas que já fizeram modelos semelhantes. Escolha se você terá escape duplo ou simples. Faça um rascunho do projeto no papel ou em um computador.
Preparando soldas e materiais
Para o escapamento, as soldas devem ser MIG ou TIG, sendo esta segunda de melhor acabamento. Ao escolher os tubos de escapamento, prefira aço tratado e cromado, de boa espessura. 1,65 mm é o mínimo. Compre um total de tubos pelo menos 0,60 maior do que você mediu, por conta das dobras e cortes.
Dobrando, soldando e fixando o escapamento
Depois de ter o comprimento do tubo necessário para o sistema de exaustão da motocicleta, você terá que dobrar os tubos usando uma fonte de calor para fazer o trabalho de forma adequada. Marque bem onde serão feitas as curvas. Não é diferente de um projeto de restauração, portanto marque e meça duas vezes para dobrar uma só. Não aqueça demais para não enfraquecer o material: quando o metal ficar vermelho escuro já é um sinal de dobrabilidade.
Vá moldando e verificando os fixadores, junto ao catalisador e o silenciador, adaptando o que for necessário. A última parte do sistema a ser colocada é a ponteira.
Esse é um projeto que pode demorar algumas semanas, mas garantimos que vale a pena. Postem nos comentários como foi sua experiência fazendo o escapamento esportivo para a moto de vocês! E se tiverem dúvidas, contem com nossa ajuda!
Sobre o autor
O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.
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