As marcas de motos brasileiras!
Honda, Yamaha, BMW, Harley Davidson. Todos conhecemos essas marcas mundiais de motocicletas. Apesar de muitas delas terem entrado no mercado brasileiro e feito motos específicas para o nosso país, elas não são genuinamente do Brasil. Mas caso você não saiba, existem algumas marcas que nasceram (e algumas até já morreram) em solo brasileiro. Vamos conhecê-las?
Marcas de motos do Brasil: Kasinski
Fundada em 1999 pelo empresário Abraham Kasinsky, o ex dono da fábrica de amortecedores COFAP, a marca começou importando e fornecendo motos da marca Hyosung, da Coreia do Sul. Com o tempo, a marca vai evoluindo e ganhando uma certa reputação entre os consumidores, principalmente com seus modelos esportivos de baixo custo em relação às concorrentes, as motos da série Comet. Em 2009, a marca é vendida para a chinesa Zongshe em sociedade com Claudio Rosa, que veio da marca Sundown (outra marca de motos brasileira, que falaremos abaixo).
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Com a crise no país, a chinesa saiu da sociedade e Claudio Rosa encontrou um novo sócio e investidor para tentar recuperar a marca. A Zongshen e Hyosung continuariam como fornecedoras, e a marca planejava uma reestruturação completa, com uma nova linha de montagem em Manaus. Porém, novamente as coisas desandaram, e a marca deixou de atuar no país a partir de 2014.
Marcas de motos nacionais: AGRALE
A Agrale, anteriormente denominada AGRISA, é uma fabricante brasileira de veículos militares, veículos comerciais, motores e tratores agrícolas. Está localizada em Caxias do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Fundada em 1962, a atual linha de modelos já não possui mais as motocicletas ou scooters que foram populares entre os anos de 1984 e 1987, quando entrou nesse ramo. A Agrale fabricou mais de 400.000 motos de 1984 e 1987. Os modelos fabricados foram:
Agrale SXT, SST – Moto de uso misto, muito usada ainda como moto de trilha nos dias de hoje e em cidades do interior.
Elefant, Dakar, Elefantre – Motos que se inspiram nos modelos Dakarianos, que corriam nos desertos de Dakar. Parecem muito com as primeiras versões da Tenéré, da Yamaha.
Explorer – Um modelo de trilha mais robusto, ainda procurado por muitos pra usos de final de semana.
As motocicletas da Agrale foram baseadas nos modelos da italiana Cagiva. A Agrale produziu motos até o ano de 1997, quando parou de produzir a Elefantré.
Marcas de motos no Brasil: Sundown
A Brasil & Movimento S.A. ou B&M foi uma empresa brasileira que fabricava motocicletas e bicicletas desde 2000. Vendia seus produtos sob a marca Sundown Motors. Totalmente brasileira, chegou a empregar mais de 1.000 pessoas, possuindo mais de 54.000 metros quadrados de área em duas fábricas separadas. A B&M era uma detentora de certificação de padrão de qualidade ISO 9001/2000. Em 2002 começou a produzir motocicletas mais baratas e de pequeno porte. Em menos de três anos neste mercado, tornou-se a terceira marca mais vendida no Brasil, com 10 modelos variando de 90 cc a 250 cc. Por conta da crise econômica no país, aprofundada a partir de 2011, a marca teve uma perda na participação do mercado de motos no país. Divergências e conflitos com fornecedores internacionais levaram então a marca a encerrar suas atividades. Porém, ainda se encontram diversas motos da marca pelo país.
Marcas de motos no Brasil: Brumano Pugliese
A Brumana Pugliese S.A. era uma fabricante brasileira de motocicletas e scooters que cessou suas atividades em 1982. Suas empresas predecessoras eram a Lambretta do Brasil e a Pasco Lambretta.
Em 1955, Paulo Pascowitch obteve uma licença para fabricar scooters Lambretta no Brasil. A primeira fábrica automotiva do Brasil foi construída na Lapa, São Paulo, para esses fins. A fábrica inicialmente fabricou modelos Lambretta LD, mas estes foram substituídos pela mais moderna Série II em 1960. Mais de 50.000 scooters por ano estavam sendo construídos neste momento.
Em 1964, a Lambretta do Brasil mudou seu nome para Pasco Lambretta. Uma nova máquina de 175 cc baseada na série de TV III também foi introduzida. Isto foi construído ao lado dos modelos existentes da Série II.
Em 1970, a Pasco Lambretta tornou-se Brumana Pugliese S.A. quando foi comprada por Philip Pugliese, o maior acionista, e Oliveiro Brumana. Eles planejaram expandir a empresa e construíram uma nova fábrica que cobria 19.000 metros quadrados. Infelizmente, esses planos de expansão coincidiram com a introdução de motocicletas japonesas no mercado brasileiro. A Brumana Pugliese enfrentou forte concorrência e respondeu com a introdução de modelos novos e atualizados. Eles também tentaram, sem sucesso, entrar no mercado dos Estados Unidos. No entanto, todas essas tentativas não aumentaram as vendas e a empresa faliu em 1982.
Ao contrário de seus predecessores, Brumana Pugliese desenvolveu vários de seus próprios modelos. Estes incluíram o seguinte:
Xispa – Esta foi uma máquina de estilo de monkey que usou as rodas da Lambretta padrão, máquina e transmissão. No entanto, tinha garfos fortemente modificados e um quadro completamente diferente. A Xispa esteve em produção de 1971 a 1979.
MS – A MS era uma Lambretta Série III modificada com escudos de perna muito estreitos e painéis laterais recortados que revelavam o cárter do motor. Foi produzida pela primeira vez em 1973 e era coloquialmente conhecida como a ‘mini-saia’ (mini-saia).
Ponei – Entre 1976 e 1980, a Brumana Pugliese construiu um ciclomotor conhecido como Ponei (pônei). Usou um motor Minarelli para essa scooter.
Marcas de motos nacionais: DAFRA
A Dafra Motos foi fundada em meados de 2008 usando o conceito “CKD” (completely knocked down), isto é, trazendo as motocicletas desmontadas fabricadas pelos fabricantes asiáticos Loncin, Lifan e Zongshen e montando-as em Manaus, no Brasil, onde mantém sua fábrica.
No início dos componentes de produção foram importados da China, mas depois de quebrar a parceria com fornecedores, a Dafra buscou novos parceiros, hoje a Dafra tem parceria com a TVS Motor Company da Índia (terceira maior fabricante de motocicletas da Índia), a Haojue (fabricante das motocicletas da Suzuki na China), BMW, Ducati, MV Agusta, KTM e SYM Motors, buscando melhorias em seus produtos.
Para atender o mercado interno, a Dafra construiu no pólo industrial de Manaus (Amazonas) uma fábrica que possui 170 mil metros quadrados de terreno, com 35 mil metros quadrados de área construída. A fábrica tem atualmente mais de 500 funcionários e capacidade de produção anual de 200.000 motocicletas.
Sobre o autor
O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.
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