Taxa de álcool na gasolina em outros países!

Em Dúvidas automotivas por André M. Coelho

A maior parte do etanol usado como combustível é misturado em gasolina, com um  teor de álcool na gasolina permitido por lei em concentrações a partir de 5% e até 30% em misturas com a maior parte de gasolina. Há um mercado pequeno, mas crescente para combustíveis com maior porcentagem de etanol, além de misturas com o biodiesel. O etanol também está sendo usado para formular uma mistura com o biodiesel.

O etanol é um dos combustíveis renováveis que tem sido usado em opção aos combustíveis fósseis. É menos poluente, mas algumas de suas propriedades reduzem consideravelmente a vida útil do motor dos veículos, além de ser um combustível não tão eficiente quanto a gasolina pura.

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Quais são as características do etanol como combustível?

O etanol tem um conteúdo energético menor que a gasolina. Isto significa que cerca de um terço a mais etanol é necessário para percorrer a mesma distância que um veículo usando gasolina pura. Mas outras características do combustível etanol, incluindo uma classificação de alta octanagem, resultam em maior eficiência e desempenho do motor.

Geralmente, a porcentagem de gasolina em um combustível rotulado como etanol serve para ajudar na ignição do veículo quando o motor está frio. Em misturas de baixa percentagem de gasolina, o etanol resulta em um aumento da pressão de vapor, que pode ser ajustado no processo de formulação do combustível e/ou controlado com o sistema de injeção eletrônica de um veículo.

Veículos “flex” são construídos com componentes do sistema de combustível especialmente projetado para ser compatível com concentrações de etanol superiores e diferentes concentrações de gasolina..

Quem é mais barato: etanol ou gasolina?

O custo de produção de etanol é mais elevado do que o custo de produção de combustíveis fabricados a partir do petróleo. No Brasil e no mundo, governos tem dado incentivos fiscais destinados a tornar o etanol competitivo com a gasolina no mercado dos combustíveis para motores. Os progressos continuaram, e tecnologias de produção de etanol convencionais e avançadas podem um dia resultar em custos de produção de etanol competitivos com os combustíveis provenientes do petróleo.

Etanol como opção renovável de combustível

Renovável e ecológico? Sim, o etanol é um dos combustíveis que menos prejudica o ambiente. Eficiente e custo efetivo? Nem tanto, principalmente considerando o mal que ele faz para os motores dos veículos. (Foto: www.chiefethanol.com)

Quais os problemas de uma alta concentração de etanol na gasolina?

Apenas países da América do Sul tem um teor de álcool na gasolina permitido acima de 20%. No Brasil, em 2015, o teor de álcool na gasolina da ANP (Agência Nacional de Petróleo) é de 27%, salvo no caso das gasolinas Premium, para as quais foi permitida o teor de álcool de 25%. Um relatório do teor de álcool na gasolina foi feito nos EUA para saber os efeitos em aumentar a concentração de etanol na gasolina para mais de 10%. O resultado do relatório científico foi uma reprovação no aumento da concentração, pois os motores dos veículos norte americanos, mesmo os flex, não estão preparados para resistir à maior corrosão e desgaste provocado pelo álcool.

Consistentemente e em diferentes relatórios científicos independentes, o alto teor de álcool na gasolina dá a conclusão de que é um combustível não eficiente e nem economicamente viável, pois resulta em maiores custos de manutenção para os donos dos veículos e um consumo maior de combustível. Apenas com subsídios e imposições estatais (como no caso das altas concentrações de álcool na gasolina vendida no Brasil), o álcool torna-se uma opção viável.

Então porque o álcool ainda é uma opção?

A gasolina 100% pura não é fácil de “explodir”. Por isso, ainda precisamos de, pelo menos, um pouco de álcool na mistura. O álcool ainda é uma opção usada por fabricantes de motores porque há motivos políticos e econômicos, principalmente em países da América Latina, para manter o álcool como opção. Porém, com o advento e popularidade dos carros elétricos e híbridos com motores elétricos e de combustão. O mercado, desde 2012, vem mostrando que o consumo do etanol está estagnado, ou seja, não tem aumentado, o que pode significar um início de queda no consumo deste combustível. Caso haja um incentivo maior aos veículos híbridos e elétricos, essa queda no consumo do etanol é quase que uma garantia, mas há uma resistência considerável à essa “troca”.

Por exemplo, uma hipótese levantada por alguns especialistas na área de combustíveis é que os carros populares elétricos ou movidos pelo biodiesel não recebem incentivo no Brasil por conta de interesses políticos dos “coronéis” produtores de cana de açúcar, e em minha experiência, acredito essa ser uma possibilidade real, apesar de não podermos ter 100% de certeza.

Vale lembrar uma vantagem do álcool em relação à gasolina: ele é muito menos poluente e nocivo à natureza. Porém, será que o custo maior de manutenção e consumo maior com o etanol vale a pena ser pago? Não seria mais eficiente incentivar motores elétricos e híbridos? É uma pergunta que devemos fazer e deixar os cientistas na área responderem.

Qual a taxa de álcool na gasolina em outros países?

Abaixo está a concentração de álcool em alguns países ao redor do mundo.

Angola 10%

Argentina 5%

Austrália 4%

Brasil 25% a 27%

Canadá 5%

Chile 5%

China 10%

Colômbia 10%

Costa Rica 7%

Etiópia 5%

União Europeia 10%

Fiji 10%

Índia 5% a 10%

Indonésia 3%

Jamaica 10%

Japão 10%

Quênia 10%

Malawi 10%

México 2%

Moçambique 10%

Nigéria 10%

Panamá 2% a partir de 2013, aumentando nos anos seguintes

Paraguai 24%

Peru 7,8%

Filipinas 10%

África do Sul 10%

Sudão 5%

Taiwan 3%

Uruguai 5%

Vietnã 5%

Zimbabwe 10%

Você acha que nossa gasolina tem muito álcool em sua composição? Acha certa a política brasileira sobre fontes de energia renováveis para combustíveis? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.

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